Túnel Santos-Guarujá recebe licença prévia e avança para leilão em setembro: obra bilionária promete mobilidade, desenvolvimento e geração de 9 mil empregos
A Baixada Santista dá um passo decisivo rumo à modernização de sua infraestrutura de transporte. O ambicioso Túnel Imerso Santos-Guarujá, que representará o primeiro túnel submerso do Brasil, recebeu a tão aguardada Licença Prévia (LP) da CETESB, após parecer técnico aprovado pelo Consema. A medida marca um avanço-chave no licenciamento ambiental, essencial para garantir segurança jurídica à futura Parceria Público-Privada (PPP) responsável pela sua construção.
Viabilidade ambiental libera caminho para leilão em setembro
A emissão da licença confirma a viabilidade ambiental do projeto, abrindo caminho para que os próximos passos — como a Licença de Instalação (LI) e posteriores — possam seguir. O licenciamento prévio é crucial para atrair investidores e assegurar a continuidade do cronograma.
O leilão, previsto para ocorrer no dia 5 de setembro de 2025 na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), promete acelerar a formalização da concessão e iniciar a fase preparatória da obra.
O primeiro túnel submerso do Brasil
Com investimento estimado em torno de R$ 6 bilhões, o túnel submerso ligará o cais de Outeirinhos, em Santos, ao Linhão da Codesp, em Vicente de Carvalho, no Guarujá. Terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, e contará com três faixas por sentido, incluindo uma exclusiva para VLT, além de infraestrutura para pedestres e ciclistas.
Essa solução emergencial vem em resposta a uma demanda histórica da região — hoje atendida por balsas que enfrentam longas filas e atrasos, além de transporte rodoviário por 43 km que pode levar até uma hora. O túnel reduzirá drasticamente esse tempo, levando a travessia a menos de dois minutos.
Geração de empregos e impactos socioeconômicos
A construção da obra deverá impulsionar a economia local — estima-se a criação de 9.000 empregos diretos e indiretos. A PPP terá duração prevista de 30 anos, envolvendo construção, operação e manutenção do túnel.
Além de fomentar a mobilidade urbana, o projeto promoverá realocação de famílias em situação de vulnerabilidade, como cerca de 700 famílias em palafitas, e integração com o futuro Aeroporto Regional do Guarujá.
Tecnologia de ponta e práticas internacionais
O túnel utilizará módulos pré-fabricados de concreto — técnica de túnel imerso comprovada em projetos gigantescos, como aquele que conecta Dinamarca e Alemanha. Essa tecnologia permite execução mais rápida, menor impacto ambiental e melhor convívio com o tráfego marítimo durante as obras.
Panorama político e institucional
O projeto já havia recebido respaldo político e institucional antes do licenciamento:
- A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou em outubro de 2024 o Projeto de Lei n° 655/2024, que autoriza o Estado a firmar a PPP, com responsabilidade de financiar mais de 70% da obra (cerca de R$ 6 bilhões).
- O modelo econômico e jurídico foi aprovado em reuniões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI-SP)em fevereiro de 2025, com aprovação por parte do Conselho do PPI-SP. O projeto foi apresentado a investidores internacionais durante a Brazilian Week, em Nova Iorque, como um dos grandes destaques da carteira paulista de infraestrutura.Diário do Litoral
Agenda prevista
| Etapa |
Data Estimada |
| Leilão |
5 de setembro de 2025 |
| Assinatura de contrato |
Após leilão |
| Início das obras |
Final de 2025 / início 2026 |
| Duração total do projeto |
Cerca de 6 anos |
| Previsão de inauguração |
2028 |
Uma revolução para a mobilidade da Baixada
Quando concluído, o Túnel Santos-Guarujá transformará profundamente o deslocamento entre as duas cidades, resolvendo gargalos de mobilidade, estimulando o turismo, otimizando operações portuárias e melhorando a qualidade de vida de 80 mil pessoas que cruzam diariamente o estuário.
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